Por: CARL
O Dia Nacional de Doação de Órgãos, celebrado em 27 de setembro, visa conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e ao mesmo tempo fazer com que as pessoas conversem com familiares e amigos sobre o assunto.
Em 2020, por conta da pandemia de Covid-19, as doações reduziram ainda mais, aumentando o tempo de espera – que já é muito longo – das pessoas que aguardam ansiosamente na fila pela doação de um órgão.
Dizer “sim” após a perda de um ente querido pode ser doloroso, mas também pode mudar a vida de milhares de pessoas que esperam por um transplante. Para ser um potencial doador, não é necessário deixar algo por escrito. Porém, é fundamental comunicar à família o desejo de doação.
Isso porque, de acordo com o Ministério da Saúde, a doação só pode ser realizada depois que a família do doador autoriza o procedimento. Infelizmente, devido ainda a muitos tabus relacionados a esse assunto, ou pela falta de preparo da equipe para fazer a comunicação sobre a morte, as taxas de recusa são altas, com 43% dos familiares rejeitando a doação de órgãos do ente falecido.
Mesmo nesse contexto, o Brasil tem hoje o maior sistema público de transplantes do mundo, no qual cerca de 95% dos procedimentos e cirurgias são feitos com recursos públicos. Todo o procedimento que envolve desde os testes de compatibilidade entre o doador e os potenciais receptores, o transporte dos órgãos, as cirurgias, até a devolução digna do corpo aos familiares é coordenado pelo SUS. Afinal, o Sistema Nacional de Transplantes necessita ser integrado e unificado.
Aqui, em Ribeirão Preto, associado ao Hospital das Clínicas (HCRP), temos a OPO (Organização de Procura de Órgãos), que realiza, dentre muitas coisas, um trabalho de conscientização para a população sobre a doação e o transplante de órgãos.
Neste ano, para a campanha do Setembro Verde, o Centro Acadêmico Rocha Lima contou com a participação do Dr. Marcelo Bonvento, coordenador da OPO de Ribeirão Preto, para a criação de vídeos explicativos sobre questões relacionadas à morte encefálica, aos principais entraves existentes para uma doação de órgãos com doador falecido, entre outros.
Essa campanha também conta com outros vídeos, participações especiais de professores e materiais informativos que podem ser acompanhados ao longo desta semana pelo perfil do Instagram @extensaocarl.
“Reunimos informações para tentar reduzir uma série de conceitos equivocados que existem sobre o transplante de órgãos. Muitas famílias não sabem que o corpo é devolvido sem nenhuma deformidade e que o doador pode ser velado e sepultado normalmente. Além disso, há muita desconfiança acerca do diagnóstico de morte encefálica, e muita especulação sobre tráfico de órgãos. Nossas pesquisas durante a campanha mostraram bem isso, pois quando buscamos referências de filmes que valorizassem o transplante e a doação de órgãos, encontramos uma quantidade muito maior de filmes de terror cujo tema era o tráfico de órgãos.
Sendo assim, é sempre necessário difundir o conhecimento médico que existe hoje para combater o preconceito e melhorar as taxas de doação de órgãos no Brasil.”