
Proposta da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto foi selecionada pelo Programa Novos Currículos para um Novo Tempo da Pró-Reitoria de Graduação
A proposta visando a modernização e reformulação da grade curricular do curso de Medicina da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP foi selecionada no Programa Novos Currículos para um Novo Tempo da Pró-Reitoria de Graduação (PRG). O principal objetivo da proposta está pautado no planejamento de ações que permitam extensa reflexão e discussão pela comunidade docente e discente das possibilidades e oportunidades que se apresentam para a proposição, ao final do processo, de projeto para reformulação curricular profunda, com forte ênfase no desenvolvimento humano dos egressos, seguindo a campanha “Formando também melhores seres humanos”.
A proposta foi desenvolvida por uma comissão formada por docentes da Diretoria, Comissão de Graduação (CG), Centro de Desenvolvimento Docente para o Ensino (CDDE), Comissão Coordenadora do Curso de Medicina (COC-Medicina), Centro de Avaliação em Ensino de Graduação (CAEG), Centro de Apoio Educacional e Psicológico (CAEP) e representação discente.
Entre as habilidades que certamente serão exigidas ou mesmo ampliadas na nova grade curricular pretendida, estão: profissionalismo, comunicação efetiva, habilidades cognitivas e clínicas para a prática médica, conhecimento das ciências básicas para a prática profissional, trabalho em equipe com profissionais de diferentes áreas da Saúde e educação permanente em saúde.
De acordo com o professor Julio Cesar Moriguti, coordenador da COC-Medicina e coautor da proposta, um dos eixos do trabalho é a centralização do aluno no processo de aprendizagem. “As atividades desenvolvidas ao longo da formação médica devem privilegiar escolhas em que o estudante seja o protagonista principal de sua formação profissional, garantindo espaços protegidos para reflexão, interação, reavaliação do processo formativo e consequentemente crescimento pessoal e profissional”, afirma.
Além disso, o cronograma abrange atividades baseadas em problemas e situações reais contextualizada; identificar deficiências e suprir necessidades a partir das avaliações; e oportunidades reais de integração entre as diferentes áreas do saber: ciências básicas e clínicas aplicadas, epidemiologia, metodologia e raciocínio científico, ciências sociais e humanas.
Outro ponto importante presente no documento é a oportunidade de se considerar fortemente a utilização do ensino híbrido após o retorno das atividades presenciais. “Usaremos princípios da iniciativa Best Evidence on Medical Education (BEME) criada em 1999 pela Associação Europeia de Educação Médica com intuito de realizar estudos que pudessem dar subsídios para práticas em educação médica menos baseadas em opiniões do que em informações disponíveis na literatura”, revela o professor Valdes Roberto Bollela.
A proposta, que teve participação ativa da representação discente, indica o compromisso da atual Diretoria, documentada no seu Plano de Gestão, como lembra o professor Jorge Elias Jr: “Acreditamos que há espaço para a flexibilização curricular (core curriculum + electives) – associada à redução das cargas horárias com racionalização de conteúdo nas disciplinas e nos cursos, política esta a ser adotada após o término da avaliação do conteúdo programático atual. Entendemos que será preciso abrir espaço para iniciarmos discussões sobre possível revisão do Curriculum, se não de todos, de alguns Cursos da FMRP”, como ocorre agora com o Curso de Medicina.
Além disso, reforça que este esforço vem ao encontro de outra marca desta gestão que é o apoio de maneira integral à CG, às CoCs e ao CAEG da FMRP-USP, na consecução das metas em andamento. Soma-se a isto a experiência recente com a necessidade do ensino remoto emergencial devido à pandemia, que acelerou a revisão de práticas e de conteúdo dos docentes da FMRP, com grande apoio do CDDE. Esta experiência adquirida permitirá que a discussão pretendida para apresentação de reforma curricular leve em conta os pontos positivos e negativos da utilização das tecnologias utilizadas neste período.
A proposta foi elaborada por Comissão formada pelos professores Jorge Elias Júnior, vice-diretor; Miguel Ângelo Hyppolito, presidente da CG; Valdes Roberto Bollela, vice-presidente da CG e coordenador da CDDE; Julio Cesar Moriguti, coordenador da COC-Medicina; Alessandra Cristina Marcolin, vice-coordenadora da COC-Medicina; Katiuchia Uzzun Sales, docente membro da COC-Medicina; Luiz Ernesto de Almeida Troncon, vice-coordenador do CDDE; e Mariana Kiomy Osako, coordenadora do CAEG, Rodrigo Humberto Flauzino, pedagogo do CAEP e os estudantes de graduação Heitor Castanha e Isabella Silveira Teixeira.
Caros docentes e alunos da FMRP USP, fiquem atentos e preparem-se para colaborar nas discussões e atividades que ocorrerão em 2021 visando proposta de modernização e reformulação curricular do Curso de Medicina.