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Ingrid Barcelos, Fausto Almeida, Glaucius Oliva, Juliana Bernardes, Bruno Gualano e Fernando Cunha — Foto: Documentação Científica FMRP

Cerimônia de diplomação da Academia Brasileira de Ciências é realizada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

Evento marcou a diplomação dos novos membros afiliados da Regional São Paulo, entre eles o professor Fausto Bruno dos Reis Almeida, docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto

A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP sediou, no dia 9/10, a cerimônia de diplomação dos novos membros afiliados da Academia Brasileira de Ciências (ABC), regional São Paulo. O evento, realizado no auditório do Bloco Didático da instituição, contou com a presença da Vice-Diretora Marisa Marcia Mussi e reuniu docentes e pesquisadores, marcando o ingresso do professor Fausto Bruno dos Reis Almeida do Departamento de Bioquímica e Imunologia da FMRP como membro afiliado da ABC para o quinquênio 2025–2029.

A escolha de Ribeirão Preto para sediar o evento integra o movimento da ABC de descentralizar suas atividades e aproximar-se de diferentes polos científicos do país. Nos últimos anos, a Academia tem adotado um formato itinerante para suas diplomações, realizando cerimônias em diferentes cidades brasileiras. “Em 2025, a escolha de Ribeirão Preto representou uma oportunidade simbólica, já que a FMRP é reconhecida por sua excelência acadêmica e pela contribuição à ciência nacional”, explicou Almeida. Segundo ele, a decisão reforça o compromisso da ABC em valorizar a diversidade de instituições que impulsionam a ciência brasileira.

Eleito por membros titulares da Academia, o professor considera a afiliação “um reconhecimento e, ao mesmo tempo, um compromisso”. Para o docente, a diplomação simboliza o resultado de uma trajetória dedicada à pesquisa e à formação científica, mas também impõe novas responsabilidades. “Profissionalmente, significa integrar uma rede de cientistas de excelência, comprometidos com o avanço do conhecimento e com a formulação de políticas públicas baseadas em evidências”, afirmou.

Título e responsabilidades

O título de membro afiliado da ABC é concedido a jovens cientistas de até 40 anos que se destacam pela produção científica e pelo potencial de liderança. Com duração de cinco anos, o posto possibilita participação em simpósios, grupos de trabalho e ações de divulgação científica, além de abrir novas oportunidades de colaboração entre pesquisadores de diferentes instituições e regiões do país. “O afiliado deve atuar como porta-voz da ciência, combatendo a desinformação e inspirando novas gerações de pesquisadores”, destacou o professor.

Durante o período como membro afiliado, Almeida pretende contribuir com a ABC em três frentes: formação científica, comunicação da ciência e integração interdisciplinar. Ele destaca o compromisso com a educação científica e a aproximação entre ciência e sociedade. “Acredito que aproximar a pesquisa da população é uma das tarefas mais importantes do cientista. A alfabetização científica é uma forma de emancipação”, afirmou o docente.

Carreira científica

Graduado em Ciências Biológicas pela Universidade Federal de Goiás (UFG), o professor iniciou a carreira científica no Programa Aristides Pacheco Leão, da própria ABC, realizando estágio na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É mestre e doutor em Biologia Celular e Molecular pela FMRP, com estágio sanduíche na Universidade do Texas, e pós-doutor pelo Albert Einstein College of Medicine (EUA), onde trabalhou com o professor Arturo Casadevall. Atualmente, como livre-docente da FMRP, atua na pesquisa de vesículas extracelulares em infecções fúngicas, investigando sua função na comunicação celular e na virulência de patógenos, com foco no desenvolvimento de novas estratégias terapêuticas.

Ao refletir sobre o significado do reconhecimento, o professor ressalta o caráter coletivo da conquista. “A ciência é uma construção compartilhada, sustentada pelo diálogo e pela curiosidade. Ser membro afiliado da ABC representa o trabalho de todos os mentores, colegas e estudantes que contribuíram para minha formação”, disse. Para ele, o ingresso na Academia é mais do que uma conquista pessoal: “é um compromisso com a próxima geração de cientistas e com a construção de um futuro baseado em ética, colaboração e evidências”.


Eduardo Nazaré

Dr. Fisiologia — Assessoria de Comunicação da FMRP-USP