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Iniciativa faz parte de acordo entre os governos de Brasil e Angola - Imagem: FMRP

Brasil e Angola fortalecem cooperação na formação de médicos de família em Ribeirão Preto

Convênio firmado entre os países concedeu estágio prático a médicos angolanos em unidades de saúde ligadas à FMRP, com foco na Atenção Primária à Saúde

Entre maio e julho de 2025, 11 médicos angolanos participaram de um estágio prático em unidades de saúde vinculadas à Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP. A atividade integra o Projeto de Formação de Recursos Humanos em Saúde e foi planejada a partir do Plano de Estágio por Competências para Residentes Angolanos em Medicina Geral e Familiar (MGF), elaborado pelo Ministério da Saúde de Angola.

A parceria foi firmada entre os governos do Brasil e de Angola em 2023, durante visita oficial da Presidência brasileira a Luanda. Segundo o professor Amaury Lelis Dal Fabbro, do Departamento de Medicina Social da FMRP e coordenador da iniciativa em Ribeirão Preto, o objetivo é formar 400 médicos de família e comunidade para atuar na Atenção Primária à Saúde no país africano. Nesta primeira fase do programa mais de 100 médicos foram recebidos pelo Governo Brasileiro, distribuídos por várias Instituições, incluindo a USP, sendo que 11 médicos foram recebidos pela FMRP USP.

O estágio teve duração de três meses, sendo organizado para atender ao interesse de Angola em conhecer e vivenciar o modelo brasileiro. “Como o interesse era Atenção Primária à Saúde, escolhemos locais com essa característica”, explica Dal Fabbro. Os médicos participantes foram distribuídos em nove unidades ligadas à FMRP — oito no Distrito de Saúde Oeste de Ribeirão Preto, próximas ao Hospital das Clínicas e à FMRP, e uma no município de Cássia dos Coqueiros.

Vivência prática e integração com as equipes

Dal Fabbro destaca que “o modelo do Brasil tem reconhecimento internacional, apontado como um dos fatores para a melhora de indicadores de saúde no País, embora não seja o único”. A vivência buscou desenvolver competências práticas do médico de família e comunidade, com atenção integral a todas as faixas etárias, sexos e às doenças mais frequentes da população. A experiência também promoveu interação com profissionais de diversas áreas, incluindo enfermagem, odontologia, farmácia, psicologia e agentes comunitários de saúde.

Embora não pudessem atender diretamente os pacientes por questões legais, a integração com as equipes foi considerada positiva. “Foram bem recebidos, houve boa integração com as equipes e com os nossos médicos residentes”, afirma o coordenador.


Eduardo Nazaré

Dr. Fisiologia — Assessoria de Comunicação da FMRP-USP