No momento, você está visualizando Docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto é nomeada presidente de organização internacional de fisioterapia
Da esquerda para direita Jason Crow, Carina Siracusa, Cristine Homsi Jorge, Corlia Bradt, Kim Parker Guerrero, Nina Theodorsen - Foto: arquivo pessoal

Docente da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto é nomeada presidente de organização internacional de fisioterapia

Cristine Homsi Jorge assume presidência da IOPPWH durante congresso mundial realizado em Tóquio, marcando a primeira liderança latino-americana da entidade

A professora Cristine Homsi Jorge, do Departamento de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da USP (FMRP-USP), foi nomeada presidente da International Organization of Physiotherapists in Pelvic and Women’s Health (IOPPWH), entidade vinculada à World Physiotherapy. A nomeação ocorreu em 30/5, durante o Congresso Mundial de Fisioterapia, realizado em Tóquio no Japão. É a primeira vez que uma latino-americana assume a presidência da organização, que representa profissionais de 35 países atuantes nas áreas de saúde pélvica e saúde da mulher.

Para a professora, a eleição representa mais do que um reconhecimento individual. “Assumir a presidência da Organização Internacional de Fisioterapeutas na Saúde da Mulher e Saúde Pélvica representa para mim uma oportunidade de trabalho para oferecer mais visibilidade e auxiliar os países-membros da organização no fortalecimento dessas áreas no mundo”, afirma.

Coincidindo com o Dia Internacional de Ação pela Saúde da Mulher, a atividade reuniu lideranças da Indonésia, Chile, Japão e Brasil, com destaque para a palestra da própria professora Cristine, que abordou avanços recentes no acesso à fisioterapia obstétrica no Brasil e defendeu o fortalecimento das organizações profissionais como forma de enfrentar desigualdades em saúde.

Reconhecimento internacional da fisioterapia brasileira

Ao comentar a importância da sua nomeação, Cristine destaca o valor simbólico e político da presença de um país latino-americano na liderança da IOPPWH. “Sempre que um latino-americano tem condições de assumir um posto de destaque como esse, é uma oportunidade de mostrar o trabalho e também o destaque que a fisioterapia brasileira hoje tem no cenário internacional”, afirma. Ela ressalta ainda que os avanços na área de saúde da mulher no Brasil foram alcançados tanto por meio do associativismo quanto da produção científica nacional: “Temos uma pesquisa clínica de excelência que tem projeção internacional pela sua qualidade.”

Cristine é fundadora e ex-presidente da Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher (Abrafism), entidade que se tornou a primeira da América Latina a integrar a IOPPWH. “Foi todo o trabalho construído nacionalmente na Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher que permitiu participar como membro da organização internacional. Nossa experiência frutificou em muitas conquistas e abriu caminho para levar esse exemplo ao cenário global”, relata. Desde 2007, ela atua como delegada da entidade no exterior e, antes de assumir a presidência, ocupava a vice-presidência da organização.

A docente avalia que sua nomeação trará efeitos positivos também para a FMRP e para o ambiente acadêmico brasileiro. “Ter uma liderança internacional não deixa de ser uma fonte de exemplo e inspiração para novas lideranças em formação. Isso impacta na internacionalização, tanto acadêmica quanto em nível associativo, e gera um fluxo de ideias e ações que beneficiam a academia, a ciência e também a prática fisioterapêutica.”

À frente da IOPPWH até 2027, a professora pretende expandir o número de países-membros, com foco especial na integração de mais nações latino-americanas, além de fortalecer parcerias com entidades internacionais como a FIGO (Federação Internacional de Ginecologia e Obstetrícia) e a OMS. A agenda da nova presidência inclui ainda a elaboração de diretrizes clínicas, a promoção de eventos regionais, o investimento na capacitação profissional e o enfrentamento das desigualdades em saúde. “Queremos promover capacitação e atualização dos profissionais na linha de frente, com ênfase nos países com maior carência de recursos”, conclui Cristine.


Eduardo Nazaré

Dr. Fisiologia — Assessoria de Comunicação da FMRP-USP