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Sérgio Henrique Pires Okano e Maíra Cristina Ribeiro Andrade foram premiados por seus trabalhos apresentados durante o Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia - Foto: arquivo pessoal

Pesquisadores do Departamento de Ginecologia e Obstetrícia da FMRP são premiados no maior Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia

O reconhecimento reforça o impacto da pesquisa científica na geração de conhecimento e na melhoria da assistência à saúde

Dois trabalhos desenvolvidos no Programa de Pós-Graduação em Ginecologia e Obstetrícia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP conquistaram prêmios de destaque no 62º Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia (CBGO), realizado entre os dias 14 e 17 de maio, no Rio de Janeiro. O evento recebeu mais de 2 mil trabalhos, dos quais cerca de 970 foram na área de Ginecologia, com participação de pesquisadores de todo o país.

Na categoria Estudo Original – Ginecologia, o pós-graduando Sérgio Henrique Pires Okano, orientado pela professora Lúcia Alves da Silva Lara, conquistou o 5º lugar com a pesquisa intitulada “Eritrocitose em homens trans: suspender ou fracionar a dose de testosterona?”. O estudo, que propõe uma alternativa terapêutica inovadora e ainda pouco explorada, avaliou se a redução da dose de testosterona poderia ser tão eficaz quanto a suspensão temporária da medicação para controlar a eritrocitose — condição de aumento anormal de glóbulos vermelhos no sangue, comum em homens trans em terapia hormonal.

“Foi uma grande surpresa. Apesar de ser um projeto piloto, ele tem enorme relevância clínica, principalmente por abordar uma lacuna na assistência à população trans, que ainda carece de estudos específicos”, destacou Okano. Segundo ele, os dados indicaram que, embora a suspensão da testosterona ainda seja mais eficaz para prevenir a eritrocitose, a redução da dose se mostrou uma alternativa viável, mantendo níveis terapêuticos com poucos efeitos adversos.

Já o trabalho da pós-graduanda Maíra Cristina Ribeiro Andrade, orientada pela professora Carolina Sales Vieira Macedo. O trabalho foi realizado em colaboração com a Escola Paulista de Medicina (Unifesp), Unicamp e a Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, conquistou o 3º lugar na mesma categoria, com direito a premiação em dinheiro. Intitulado “IMPLANET: Noretisterona para sangramento prolongado com implante de etonogestrel – Ensaio Clínico”, o estudo avaliou uma intervenção para uma das principais causas de descontinuidade do implante contraceptivo de etonogestrel: o sangramento uterino prolongado e inesperado.

Foram dois anos e meio de acompanhamento das participantes, que resultaram em dados robustos. O ensaio clínico demonstrou que o uso de acetato de noretisterona (10 mg) é eficaz para interromper o sangramento em mais de 90% das mulheres após 14 dias de tratamento. “Ter a confirmação científica de uma estratégia que melhora a qualidade de vida das usuárias do implante e saber que isso pode ter um impacto real na prática clínica é extremamente gratificante”, comemora Maíra.

O CBGO é promovido pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) e é considerado o maior congresso da especialidade no Brasil. Em 2025, foram submetidos 2.137 trabalhos científicos, dos quais 1.697 foram aprovados, envolvendo 194 avaliadores. Apenas 40 trabalhos foram selecionados para apresentações orais na Arena Científica, entre eles os da FMRP.


Dr. Fisiologia – Assessoria de Comunicação da FMRP-USP