A nova plataforma oferecerá soluções para o Sistema Único de Saúde em áreas como imunologia, genética e farmacologia, incluindo doenças infecciosas, autoimunes e acarretadas pelo aquecimento global
A USP e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) assinaram nesta terça-feira, dia 27 de maio, um acordo de cooperação visando à criação de uma plataforma para a realização de pesquisas translacionais e estudos sobre imunopatologia, oncologia, doenças multifatoriais acarretadas pelo aquecimento global, infecciosas e autoimunes.
“USP e Fiocruz são duas instituições com muitos pontos fortes que se complementam de uma forma bastante positiva. A inovação e a capacidade de produção são características da Fiocruz que, certamente, trarão muitos benefícios à Universidade de São Paulo e poderão acelerar os resultados que esperamos desta plataforma”, afirmou o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior.
A proposta é apoiar projetos de pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico, com foco em doenças multifatoriais impactadas pelo aquecimento global, especialmente nas áreas de imunologia, genética, microbiologia e farmacologia. Também serão incentivadas pesquisas sobre prevenção, detecção e tratamento de doenças infecciosas emergentes e pandemias, incluindo o desenvolvimento de vacinas e terapias.
Para o presidente da Fiocruz, Mario Moreira, “a força desta parceria está em responder a casos complexos, com situação clínica não esclarecida, oriundos do SUS, visando dar apoio ao diagnóstico a partir de novos estudos e pesquisas que possam mapear e gerar soluções ou o desenvolvimento de produtos e protocolos”.
O secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado de São Paulo, Vahan Agopyan, reforçou que “é muito importante que as instituições de pesquisa trabalhem conjuntamente, que os pesquisadores de universidades e outros institutos colaborem para fortalecer o desenvolvimento científico. Esse estímulo à colaboração permite que as universidades introduzam uma visão mais científica em todas as políticas estaduais e nacionais”.

Governança compartilhada
Com um modelo de governança compartilhado e integrado, a plataforma ficará sediada na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto e contará com uma estrutura adaptada para uso compartilhado e caráter multiusuário, laboratórios com Níveis de Biossegurança NB2 e NB3, biotério e salas para pesquisadores. O espaço terá capacidade para abrigar pesquisadores permanentes e visitantes nacionais e internacionais.
“Embora tenha sede na FMRP, essa plataforma beneficiará e terá como parceiras todas as Unidades da USP, especialmente as do campus de Ribeirão Preto. Temos uma responsabilidade bastante grande de mantermos o padrão de excelência que construímos com nossos pares da Fiocruz e da USP e de criar um espaço efetivamente cooperativo, interdisciplinar e de alto impacto”, afirmou o diretor da FMRP, Jorge Elias Júnior.
A parceria também prevê o desenvolvimento de uma proposta de alocação de pesquisadores e técnicos, considerando mecanismos de mobilização, atração e retenção de equipes — tais como editais de mobilidade, cessões de outros órgãos de governo, projetos de apoio e concursos públicos —, compatível com as necessidades e o perfil da plataforma.
Erika Yamamoto – Jornal da USP