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Maria de Lourdes Veronese Rodrigues, Jorge Elias Junior, Luiz Ernesto de Almeida Troncon e Carlos Gilberto Carlotti Junior na inauguração do Espaço Acadêmico Multiusuário - Foto: Documentação Científica FMRP

Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto inaugura sala modelo voltada à inovação pedagógica e à formação docente

Espaços flexíveis reforçam a proposta de ensino centrado no estudante e ampliam a qualificação dos professores da faculdade

A Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP inaugurou, nesta semana, a nova sala modelo, que abrigará as reuniões e atividades do Centro de Desenvolvimento Docente para o Ensino (CDDE), e o Espaço Acadêmico Multiusuário. Os ambientes foram planejados com um centro de convivência para a comunidade da FMRP, e visando fortalecer a modernização das práticas pedagógicas, incentivar metodologias efetivas de aprendizagem e garantir a formação continuada de docentes, com foco em um ensino cada vez mais centrado no estudante.

A nova sala segue o conceito de espaço flexível, com estrutura adaptável às diferentes modalidades de ensino, da aula expositiva tradicional a atividades em pequenos grupos. “Essa é o que a gente chama de uma sala modelo”, explica o professor Valdes Roberto Bollela, coordenador do CDDE. “Ela é flexível, com mesas e cadeiras móveis, TVs em todos os lados, flipcharts e projetores. Você pode fazer desde uma aula clássica até uma atividade em grupo, um colóquio ou um bate-papo no centro da sala.”

A proposta responde diretamente às novas diretrizes curriculares e aos desafios da formação contemporânea para as profissões da saúde. “Se você dá uma aula teórica sem parar por três, quatro horas, ninguém aguenta. Isso, inclusive, é contraindicado formalmente. Mas se você faz uma explicação de 20 minutos, propõe um problema e deixa os alunos trabalharem, o tempo passa sem que eles percebam. Essa é a essência da aprendizagem ativa”, detalha Bollela.

Espaços para aprendizagem colaborativa e qualificação docente

Além do uso para aulas da graduação e da pós-graduação, as salas do CDDE são dedicadas, prioritariamente, à capacitação dos professores da FMRP. Criado há sete anos, o Centro tem a missão de apoiar o corpo docente no aprimoramento de suas habilidades como educadores. “Todo mundo aqui foi treinado como médico, biólogo ou farmacêutico. Poucos foram formados como professores. E as boas práticas em educação exigem que a gente também se qualifique para ensinar”, pontua o professor.

A proposta é promover uma cultura de formação continuada, estimulando o uso de metodologias que valorizem o protagonismo do estudante e favoreçam a construção ativa do conhecimento. “Assim como eu vou a congressos para me atualizar em HIV/AIDS, por exemplo, na educação eu faço o mesmo. Descubro o que há de novo e incorporo estratégias que permitam ao aluno refletir sobre o próprio aprendizado”, explica Bollela.

Para garantir que esses espaços possam ser utilizados por diferentes cursos e departamentos, as salas foram incorporadas ao sistema de agendamento da faculdade, seguindo o modelo já adotado em laboratórios multiusuários. “Não faz sentido termos espaços exclusivos. As salas devem servir a diferentes propósitos, sempre que houver necessidade. Esse é um conceito que já aplicamos na pesquisa, e que agora trazemos para o ensino”, reforça Bollela.

Durante a cerimônia de inauguração, o diretor da FMRP, professor Jorge Elias Júnior, destacou o impacto da iniciativa na qualidade da formação. “A FMRP tem muito orgulho de contar com professores reconhecidos nacional e internacionalmente na ciência do ensino para as profissões da saúde, sempre investindo na qualificação do ensino”, afirmou. O reitor da USP, professor Carlos Gilberto Carlotti Júnior, também esteve presente e ressaltou que a faculdade tem se consolidado como referência na formação docente dentro da universidade, e o mais importante é pensar na formação de bons profissionais para a sociedade.

Os novos espaços, segundo os gestores, são parte de um esforço mais amplo da FMRP para transformar o ensino, modernizar a infraestrutura acadêmica e ampliar o acesso a ambientes de aprendizagem mais dinâmicos e colaborativos. “Queremos uma graduação em que o aluno sinta que está recebendo a melhor formação possível”, concluiu Carlotti.