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Foto: Reprodução/Freepik

USP leva atendimento especializado para pacientes com dores no ombro

Projeto no Ambulatório de Reabilitação do Complexo Articular do Ombro do Centro de Saúde Escola (CSE) do Sumarezinho em Ribeirão Preto atende pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) de 18 a 80 anos

Entre as diversas doenças que atingem a vida das pessoas, as disfunções musculoesqueléticas do complexo articular do ombro, ou seja, lesões, inflamações, rupturas ou degenerações dos ombros são a terceira maior causa de encaminhamento para tratamento fisioterapêutico em Ribeirão Preto, segundo a professora Anamaria Siriani de Oliveira, do curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP.

A partir desse cenário, a professora criou em 2024 o projeto Ambulatório de Reabilitação do Complexo Articular do Ombro (Arco) para atuar na recuperação e no manejo de pacientes atendidos no Serviço do Centro de Saúde Escola (CSE) do Sumarezinho, em Ribeirão Preto, que necessitam de reabilitação nessa região do corpo.  “O projeto começou com a necessidade de recrutar pacientes e se tornou um compromisso social assumido por mim e meus orientados”, diz a professora.

Em 2025, o projeto conta com a participação de nove graduandos, quatro pós-graduandos e dois alunos de extensão, todos da FMRP, que atendem pacientes de 18 a 80 anos com o propósito de amenizar e reduzir as dores no ombro, recuperar a mobilidade da região e restaurar a força do membro para proporcionar retorno às atividades do cotidiano.

No atendimento os profissionais analisam aspectos físicos e também a qualidade do sono, níveis de estresse, sedentarismo e uso de tabaco para avaliar de forma mais ampla como o estilo de vida está participando na continuidade da dor e das limitações que o paciente enfrenta. Após as observações iniciais, o profissional avalia a necessidade de manobras articulares ou de exercícios que podem ser tanto realizados na clínica, com supervisão, ou orientados para serem realizados em casa de acordo com uma cartilha que ajuda os pacientes a retornar às suas atividades com menos dor.

As pessoas que enfrentam essas dores crônicas passam por atendimento médico nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) e são encaminhadas para tratamento fisioterapêutico, geralmente com o diagnóstico de lesões no ombro, posteriormente esses pacientes são agendados pelo sistema Hygia, triados por uma entrevista telefônica e avaliados individualmente no CSE. Alguns pacientes chegam por meio de campanhas de promoção à saúde em espaços sociais próximos das Unidades de Saúde e Família (USF).

Somando-se aos cuidados assistenciais, o projeto conta com um guia de exercícios sobre autocuidado com o ombro que pode ser acessado no canal Grupo do Ombro no YouTube.

Ensino, pesquisa e extensão

O desafio no projeto, diz a professora, é unir estudo com a reintegração física desses pacientes. “Entendemos que muitos pacientes precisam de atendimento e não encontrariam profissionais especializados em reabilitação do ombro, então decidimos usar essa oportunidade para retribuir com nosso trabalho e aprender mais sobre os nossos pacientes.”

Os orientandos recebem treinamento específico para atendimento e gestão de banco de dados, orientação sobre trabalho em equipe e material de apoio. Os participantes são supervisionados pelos orientadores nos atendimentos fisioterapêuticos, individuais ou em grupos. Também participam das campanhas de divulgação de práticas de exercícios e hábitos de vida pelo ombro saudável.

A professora Anamaria Siriani de Oliveira tem linha de pesquisa em disfunções no ombro e conta com prêmios nacionais e artigos publicados em revistas internacionais sobre o tema, como: PainPhysical TherapyClinical BiomechanicsMusculoskeletal Science and PracticeJournal of Motor BehaviorJOSPT, e a Shoulder & Elbow, todos com resultados de atendimentos de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).


Texto por: Vitória Gomes*

*Estagiária sob supervisão de Rose Talamone do Jornal da USP.