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Estudos do Departamento de Ciências da Saúde investigam a relação entre incontinência urinária e função física em mulheres

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, até 35% das mulheres acima dos 60 anos sofrem com a incontinência urinária

Pesquisadores do Departamento de Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP precisam de voluntárias para estudos que avaliam como variáveis funcionais, como força dos membros inferiores, equilíbrio e velocidade da marcha, podem influenciar a incontinência urinária em mulheres acima dos 60 anos. Coordenado pela Professora Cristine Homsi Jorge, o estudo do Programa de Pós-Graduação em Reabilitação e Desempenho Funcional busca compreender se, além do tratamento convencional, estratégias de fortalecimento devem ser incorporadas à reabilitação de pacientes com esse problema.

O projeto, realizado no Laboratório de Avaliação Funcional do Assoalho Pélvico (LAFAP-FMRP-USP), investiga como as variáveis de função física podem interferir na chegada ao banheiro e, consequentemente, na ocorrência de perdas involuntárias de urina. Mulheres com dificuldades na locomoção podem ter atraso na ida ao banheiro, agravando o quadro de incontinência urinária — um aspecto que, até então, era pouco explorado nas pesquisas.

Podem participar do estudo mulheres entre 60 e 80 anos que se locomovem sem auxílio de andador ou bengala. Durante uma avaliação presencial, com duração aproximada de 1h30, são analisados os parâmetros físicos das participantes e, ao final da pesquisa, são passadas orientações sobre os exercícios de fortalecimento do assoalho pélvico, essenciais para a melhoria do quadro clínico.

Para mais informações e participação nos estudos e atividades educativas, as interessadas devem entrar em contato pelo telefone (16) 99714-1410, ou pelo e-mail isaavribeiro@gmail.com.

Realidade da incontinência urinária

A incontinência urinária (IU) é definida como a perda involuntária de urina e atinge, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, até 35% das mulheres. Apesar de sua alta prevalência, o problema é frequentemente negligenciado e cercado de mitos, como a ideia equivocada de que a perda de urina seria “normal” em pessoas idosas. Essa visão errônea contribui para que muitas mulheres não busquem informações ou tratamento adequado.

Além de afetar a qualidade de vida, a incontinência urinária pode levar à adoção de um estilo de vida mais sedentário, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e comprometendo a saúde geral. A falta de conhecimento sobre a função e as disfunções do assoalho pélvico também dificulta o acesso às opções de tratamento disponíveis.

Tratamentos e estratégias de reabilitação

O tratamento de primeira linha para a incontinência urinária é o treinamento dos músculos do assoalho pélvico. Esse método, que consiste na realização de contrações repetidas e seletivas do músculo levantador do ânus — popularmente chamado de “musculatura íntima” — não só melhora o quadro de incontinência, mas também pode ter efeitos positivos na função sexual feminina, conforme evidenciam recentes estudos publicados pelo LAFAP.

A abordagem educativa, que inclui sessões de orientação e exercícios práticos, tem se mostrado eficaz para que as mulheres conheçam melhor suas condições e percebam a importância de um tratamento preventivo e conservador.

O LAFAP promove atividades educativas na cidade de Ribeirão Preto, informando a população feminina sobre as funções e disfunções dos músculos do assoalho pélvico. Uma dessas iniciativas ocorre no Centro de Saúde Escola Dr. Joel Domingos Machado, onde são realizadas palestras e atividades interativas para esclarecer dúvidas e incentivar a prática de exercícios preventivos.

Mais informações: (16) 3315-0048 ou pelo e-mail fisiocsecuiaba@gmail.com