Pesquisa foi vencedora na categoria tema livre; outro trabalho, também desenvolvido na FMRP, foi premiado com a terceira colocação
Durante o 54° Congresso Brasileiro de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial, realizado entre 31 de outubro e 2 de novembro de 2024, em Florianópolis–SC, pesquisadores da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP venceram o prêmio de melhor tema livre do evento por meio da pesquisa Effect of ROCK Inhibitors and Potassium Channel Agonists on an Experimental Model of Chronic.
Fabiana Cardoso Pereira, docente do Departamento de Ciências da Saúde da FMRP e autora do trabalho premiado, explicou que o estudo avaliou o efeito de novas possíveis drogas tópicas nasais, em um modelo com camundongos. As novas formulações são voltadas para tratamento da rinossinusite crônica com pólipos nasais, doença benigna crônica que surge na mucosa da cavidade nasal e nos seios paranasais, provocando o desenvolvimento de pólipos nasais por meio de um processo inflamatório.
Fabiana pontuou que foram testadas várias drogas, e uma delas mostrou-se muito promissora para melhorar a mucosa nasossinusal no modelo animal. “Novos testes vão determinar a melhor dose e os efeitos a longo prazo, e se persistirem positivos, esse poderá ser um possível novo tratamento tópico para a doença”.
Reconhecimento duplo
Além da primeira colocação, o trabalho Predictors of recurrence in Chronic Rhinosinusitis with Nasal Polypsin Brazilian population, também desenvolvido por pesquisadores da FMRP, ficou com a terceira colocação. A docente da FMRP destacou que o estudo acompanhou pacientes operados por um longo tempo, e avaliou alguns parâmetros no exame de sangue e nas biópsias dos pólipos nasais coletadas na cirurgia. Segundo a pesquisadora, no estudo foi observado que os pacientes com rinossinusite crônica de difícil controle com o tratamento padrão, cirurgia e medicamentos com corticoide, apresentavam asma e um nível elevado de glóbulos brancos, responsáveis pelo combate as doenças, na biópsia do pólipo e no sangue.
“Quando os três fatores estão associados, existe um risco 3,5 vezes maior do paciente precisar de mais do que uma cirurgia para controle dos sintomas, os pacientes com rinossinusite crônica com pólipos nasais podem ser orientados, no primeiro momento com o médico, se terão maior chance de recorrência da doença, e se precisarão de controle maior. Estes são os pacientes com maior benefício para as novas terapias”, conclui.
Além de Fabiana, os trabalhos tiveram autoria, dos também pesquisadores da FMRP, Mateus Rodrigues Soares, Denny M Garcia, Marina Z Fantucci, Adriana de Andrade Batista Murashima, Francesca Maia Faria, Wilma Terezinha Anselmo Lima, Edwin Tamashiro, Francisco Leite dos Santos e Maria Rossato.
Texto: Arthur Santos, estagiário sob supervisão Dr. Fisiologia
Assessoria de Comunicação da FMRP-USP