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Fotos: arquivo pessoal

Homenagem à nossa querida Terezinha

Na tarde do último 26 de novembro, uma dor silenciosa se espalhou pela FMRP: partiu a Sra. Maria Terezinha de Morais. Seu nome, pronunciado de forma plena, pode não despertar de imediato o rosto querido de tantos, mas ao evocarmos ‘Terezinha da Bioengenharia’, ‘das fotos’, ‘do Facebook’, ou simplesmente ‘Terezinha das flores’, é como se todo o campus se erguesse à nossa volta, trazendo à tona sua essência inconfundível.

Terezinha, mulher simples, de coração humilde, mas de alma forte e resiliente, era a própria vitalidade da FMRP. Perdeu seus pais ainda muito cedo, e desde então seguiu toda a sua jornada sozinha, enfrentando os desafios da vida com uma força silenciosa, mas imensurável. A solidão, embora dolorosa, a moldou de uma maneira única, tornando-a ainda mais resiliente e determinada. Sua força estava nas paredes que ela tocou, nas histórias que compartilhava, nos sorrisos que espalhava por cada canto. Não apenas fazia parte dessa casa; ela a vivia, a respirava, com a intensidade de quem entrega o coração em cada gesto, com o amor que transbordava de suas palavras.

Era com um imenso orgulho que ela dizia, com o coração cheio de memórias, que esteve neste Campus desde os tempos das colônias. Foi aqui que cresceu, viveu toda a sua infância, e cada canto deste lugar carregava um pedaço de sua história, de seus primeiros passos até os dias atuais. Mais tarde, já adulta, com a maturidade e a experiência que a vida lhe proporcionou, tornou-se parte fundamental da equipe, continuando a sua trajetória na FMRP que adotou com muito orgulho como seu lar. O Campus, para ela, não era apenas um lugar de trabalho, mas um símbolo de sua própria jornada, de raízes profundas que jamais poderia esquecer. Sempre simpática com todos que encontrava, para dar continuidade à conversa, ela perguntava sempre em que setor a pessoa trabalhava na USP ou se estava à procura de um local específico pelo Campus. Aos conhecidos, perguntava sempre por todos: pais, filhos, amigos. E não fazia essas perguntas por mera curiosidade, mas sim por um interesse genuíno, por um carinho profundo pelas histórias de cada um e pela vontade de acompanhar o bem-estar daqueles que lhe eram próximos. Cada detalhe, cada resposta, eram como pequenas peças que a conectavam ainda mais com as pessoas e com o lugar que, para ela, tinha um significado tão especial.

Era um farol que iluminava o passado e o presente da nossa instituição, tecendo pontes entre gerações com sua memória viva e seu imenso acervo fotográfico, que hoje, se tornou a memória coletiva de todos nós.
Ah, seu Facebook! Mais que uma simples rede social, era uma verdadeira carta de amor, escrita em imagens, em relatos, no toque único que ela sabia dar. Cada postagem dela era uma homenagem, uma celebração de nossa faculdade, uma crônica do cotidiano imortalizada em fotos, entrelaçadas a relatos de sua vida universitária, de nossas vivências, da nossa FMRP. E não eram apenas recordações distantes; Terezinha, com seu celular sempre em mãos, registrava as belezas do campus, os encontros, as festas da ARFUSP, transformando cada momento, por menor que fosse, em uma eternidade de memórias.
Católica, desde seu nascimento, nas redes sociais, com sua devoção silenciosa, compartilhava conosco o Santo do Dia. Com um carinho imenso, postava sempre, com ternura e fé, a frase que ecoava como um pedido e uma benção: “rogai por nós, que recorremos a vós”. Era seu jeito de nos lembrar da força da espiritualidade, de seu amor pelas tradições e pela fé que guiava sua vida.

Hoje, ao lembrarmos dela, sentimos sua presença vibrando em cada canto, em cada fotografia, em cada história que nos contou e que agora nos pertence. Terezinha não se foi. Ela permanece, viva em nossa memória, gravada na história desta casa que ela tanto amou. Ela será sempre parte de nós, como uma fotografia que nunca perde a cor, como uma história que nunca se apaga.

Agora, Terezinha, rogamos para que seja recebida com braços abertos pelos tantos que você amou e em quem acreditou. Que todos aqueles que você tanto cuidou, em silêncio ou em voz alta, te recebam como você mereceu, com o carinho que só os anjos sabem dar.

E assim, Terezinha, num lugar onde as fotos não envelhecem e as histórias nunca se apagam, que você continue a ser nossa lembrança viva, nossa memória imortal, e nosso eterno testemunho de amor à vida e à FMRP.

E encerramos nossa homenagem com um pequeno poema que lhe resume:

Por onde andaste, flores surgiam,
um gesto teu, e elas sorriam.
No toque suave, guardavas instantes,
cores e luzes, momentos marcantes.

Que agora, onde quer que estejas,
o céu te envolva com as mesmas belezas.
Cercada de cores que tanto adoraste,
na eterna paisagem que sempre buscaste.

Com amor,

 

Amigos e Colegas da FMRP


Autores: 

Daoud H. Elias Filho (RFA)

Mateus Ferreira Woszak – Secretaria Acadêmica (ATAC)