No momento, você está visualizando “Por meio do diálogo e da construção conjunta, podemos alcançar novas conquistas”, afirma diretor da FMRP
Cerimônia de posse oficial do diretor Jorge Elias Junior e Marisa Mussi Pinhata, como diretor e vice-diretora da FMRP, respectivamente - Foto: Documentação Científica USP/Meire

“Por meio do diálogo e da construção conjunta, podemos alcançar novas conquistas”, afirma diretor da FMRP

Na última sexta-feira, dia 18 de outubro, foi realizada a cerimônia de posse dos professores Jorge Elias Junior e Marisa Mussi Pinhata

Na última sexta-feira, dia 18 de outubro, os professores Jorge Elias Junior e Marisa Mussi Pinhata tomaram posse como novos diretor e vice-diretora da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), em cerimônia realizada no Centro de Convenções da cidade.

Em seu discurso de posse, o professor Jorge Elias Junior destacou a importância histórica da instituição e o compromisso com a excelência acadêmica, científica e social que a faculdade mantém há 78 anos e ressaltou a pluralidade de ideias como um elemento essencial da Universidade. “Essa diversidade é crucial para a construção de um futuro mais inclusivo e inovador. Somente por meio do diálogo e da construção conjunta podemos alcançar novas conquistas”, declarou, reforçando a importância da colaboração para enfrentar os desafios e continuar fortalecendo a FMRP.

Ao mencionar o brasão da faculdade, o professor falou do significado do símbolo, explicando que ele representa mais do que a história da instituição: “O brasão reflete nossa missão central de desafiar fronteiras e avançar na ciência, no ensino e na extensão. Ele simboliza o compromisso contínuo de oferecer cuidados de saúde de qualidade e expandir o conhecimento, lembrando-nos constantemente da responsabilidade de continuar esse legado”, afirmou.

Elias Junior fez questão de homenagear os que o antecederam, especialmente o fundador da faculdade, o médico brasileiro Zeferino Vaz, que esteve à frente da FMRP entre 1951 e 1964. Ele relembrou a visão de Zeferino ao fundar a faculdade: “Não vim aqui para criar qualquer faculdade de medicina, mas para construir o melhor centro de educação médica e de pesquisa científica do hemisfério”. Segundo o diretor, Zeferino veria que a FMRP, embora transformada e ampliada, se manteve fiel à sua visão inicial, consolidando-se como referência no ensino e na pesquisa em saúde, e observaria que a faculdade continuou sendo um centro de excelência em educação médica e expandiu significativamente sua estrutura e alcance.

“Se, no passado, fomos um projeto ousado, hoje somos uma realidade vibrante, com sete cursos de graduação, 24 programas de pós-graduação e uma estrutura acadêmica e assistencial que ultrapassa as fronteiras de Ribeirão Preto e se destaca em nível nacional e internacional”. Essa diversificação, segundo ele, demonstra o compromisso da FMRP com a expansão do conhecimento e com a formação interdisciplinar. Além disso, “ficaria orgulhoso ao saber que o Complexo Hospital das Clínicas, que ele sonhou e fundou, se tornou um dos maiores centros de assistência em saúde do Brasil, em colaboração com o Sistema Único de Saúde (SUS)”.

O diretor enfatizou que essa evolução só foi possível graças ao apoio e parcerias com órgãos governamentais, como as agências de fomento municipais, estaduais e federais, que viabilizam a realização de pesquisas de alta qualidade.

“Ao caminhar pelos corredores, Zeferino ficaria impressionado com o papel essencial desempenhado pelos servidores técnicos e administrativos, cujo trabalho incansável é a base que sustenta a operação e o sucesso da instituição. Ele veria que a faculdade cresceu em termos de estrutura e cursos, mas também manteve seu compromisso com a integração entre academia e sociedade, interagindo continuamente com o poder público e a comunidade para promover a saúde e disseminar novos conhecimentos”, considerou. “Se Zeferino pudesse testemunhar essas transformações, ele veria que a FMRP segue firme em seu propósito de ser um centro de excelência, inovação e impacto social, mantendo vivo o espírito de sua fundação e o compromisso com a sociedade que a apoia”, disse.

Momento positivo

Já o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior destacou a importância da FMRP para a USP e para o sistema de saúde brasileiro e afirmou que a USP vive um momento favorável de estabilidade financeira e boa relação com os governos estadual e federal, o que possibilita um planejamento mais seguro e eficaz para as atividades da universidade: “Estamos em um ciclo virtuoso. Isso nos dá a oportunidade de planejar com segurança, algo que poucas vezes foi possível na história da Universidade”.

O reitor disse que os resultados obtidos em rankings internacionais colocam a USP entre as melhores universidades do mundo. “Estamos entre as 200 melhores no ranking QS [QS World University Rankings] e em posições de destaque em diversos outros rankings globais, o que demonstra a sustentabilidade e a qualidade da nossa Universidade”, frisou Carlotti, que reforçou que o reconhecimento é fruto da busca por excelência e inovação, sempre em sintonia com as demandas da sociedade.

Carlotti ressaltou os avanços na permanência estudantil, explicando que a criação da Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento foi um passo crucial para apoiar estudantes de grupos menos favorecidos. “Hoje, 55% dos nossos alunos vêm de escolas públicas, e 27% pertencem a grupos PPI [pretos, pardos e indígenas]. Estamos garantindo mais de 15 mil bolsas para esses alunos, com o objetivo de assegurar que possam estudar sem se preocupar com questões financeiras”, destacou o reitor. Ele reforçou que a meta é ampliar ainda mais esse apoio, buscando parcerias com a sociedade para garantir que mais estudantes possam ter acesso ao ensino superior de qualidade.

O reitor enfatizou, também, a importância de inovar nos currículos e programas acadêmicos, destacando que a FMRP tem sido exemplar nesse processo. “Estamos revisando e atualizando nossos currículos para que estejam alinhados com as necessidades do mercado de trabalho e com as expectativas dos jovens. A FMRP tem participado ativamente nesse processo, mostrando-se dinâmica e comprometida com a modernização”, elogiou.

Carlotti mencionou as parcerias com empresas nacionais e internacionais para fomentar pesquisas inovadoras. Ele exemplificou com um recente convênio de R$ 23 milhões para o estudo do transporte de hidrogênio, uma área de pesquisa de relevância global. “Essas colaborações são fundamentais para mantermos nossa posição de destaque e para que continuemos contribuindo para a inovação e o desenvolvimento tecnológico”, afirmou.

Ao concluir, Carlotti reforçou o compromisso da USP com a autonomia universitária e a importância da união interna para garantir essa conquista: “Precisamos estar sempre alertas e unidos para defender a nossa autonomia, que é um pilar fundamental para a continuidade de nossas atividades com liberdade acadêmica”.