A professora Maria Cristiane Barbosa Galvão vai atuar ao lado da professora Nelma Araújo, da Universidade Federal de Alagoas
Maria Cristiane Barbosa Galvão, professora do Departamento de Medicina Social da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP), foi eleita coordenadora adjunta do Grupo de Trabalho sobre Informação e Saúde (GT 11) da Associação Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Ciência da Informação (ANCIB). A docente estará à frente do grupo ao lado da professora Nelma Araújo, da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que assume como coordenadora. O mandato é válido até 2025.
O objetivo principal das docentes é continuar colocando em evidência a necessidade de que informação em saúde seja considerada como um importante e relevante objeto de pesquisa por um maior número de pesquisadores, graduandos, mestrandos e doutorandos brasileiros.

Pesquisa sobre informação em saúde no período pós-pandêmico
A pandemia de COVID-19 fomentou uma série de fenômenos informacionais como o exacerbamento da produção e disseminação de informações científicas sobre a saúde, acompanhada de uma crescente e expressiva produção de Fake News. “Houve uma onda de ansiedade social gerada pela constante produção de resultados científicos, muitas vezes divergentes, contraditórios ou insuficientemente explicados pelos meios de comunicação”, explica Maria Cristiane, ressaltando o aprofundamento, ainda, dos debates relacionados à dimensão cognitiva da informação, ou seja, em como as informações disseminadas impactam o conhecimento e as ações das pessoas e da sociedade.
Durante o Encontro Nacional de Pesquisa em Ciência da Informação, realizado em Aracaju (SE), no começo deste ano, o GT 11 concluiu que a pandemia de COVID-19 impactou drasticamente as pesquisas sobre informação em saúde, demandando dos pesquisadores uma análise mais aprofundada e cientificamente embasada dos fenômenos comunicacionais e informacionais.
“O desafio que fica para o período pós pandêmico é, sem dúvida, engajar mais cientistas e jovens pesquisadores para o desenvolvimento de pesquisas mais robustas sobre as diversas perspectivas da informação no campo da saúde que pode abarcar contextos amplos como os processos informacionais na sociedade ou contextos mais específicos onde a informação em saúde é estudada em uma instituição ou com um grupo específico de usuários da informação como profissionais da saúde, pacientes, jovens, crianças etc. Assim, pode-se pensar que a pandemia acabou, mas as problemáticas informacionais no contexto da saúde continuam”, complementa a docente.
A importância de parcerias para a pesquisa sobre informação em saúde
Maria Cristiane destaca, ainda, a importância de parcerias para as pesquisas sobre informação em saúde. “Na FMRP, temos uma visão privilegiada das necessidades de pesquisa em informação em saúde. Os diversos cenários que temos em nossa Unidade nos permite levar a várias instituições temáticas e conhecimentos importantes para colaboração em projetos de pesquisa, desenvolvimento de mestrados e doutorados”, explica a docente.
No Brasil, a docente colabora, por exemplo, com o Programa de Pós-Graduação da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), onde orienta e ministra uma disciplina de Informação em Saúde. Assim, como na Universidade Federal de Goiás (UFG), onde participa de uma iniciativa educacional com foco na formação de recursos humanos para atuação no cenário da saúde digital.
A professora ainda trabalha em parceria com Sociedade Brasileira de Informática em Saúde (SBIS), colaborando com a comissão científica para o Congresso de 2024. Maria Cristiane ainda dedica tempo para trabalhos internacionais, como na Associação Portuguesa de Documentação e Informação em Saúde (APDIS) e a Asian Health Literacy Association (AHLA).
“Essas parcerias exigem muito trabalho e dedicação, mas são oportunidades únicas de envolver pessoas em prol dos avanços científicos, bem como desenvolver soluções para o campo da saúde que é um campo gigantesco quando consideramos que, por exemplo, o SUS realiza cerca de 12 milhões de internações por ano e cerca de 1,2 bilhão de consultas por ano. Além de ter uma força de trabalho de cerca de 3 milhões de profissionais. É muita informação e problemas informacionais para resolvermos”, finaliza a professora.
