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Aluna representa a FMRP na maior conferência mundial para médicos de família e comunidade

Mestranda da FMRP e Residente de Medicina de Família e Comunidade do HCFMRP, Cely Morcerf representou a Faculdade na WONCA, realizada na Austrália

Foi debatendo as atividades de inovação em Educação Médica desenvolvidas na Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP sobre o papel da Medicina de Família e Comunidade (MFC) atuando com populações vulneráveis em zonas remotas brasileiras e do gerenciamento do cuidado que Cely Carolyne Pontes Morcerf, Mestranda da FMRP/USP e Residente do último ano de MFC do Hospital das Clínicas (HCFMRP/USP), participou e representou a Faculdade na World Organization of Family Doctors (Wonca) 2023, considerada a maior reunião mundial para médicos de família e comunidade e profissionais de saúde atuantes na atenção primária.

Nesta edição – a 50ª da Wonca -, realizada entre os dias 26 e 29 de outubro, em Sydney, na Austrália, lideranças mundiais em saúde e profissionais atuantes na atenção primária e em estudos de saúde pública discutiram temas como Direitos Humanos, Saúde de Populações Negligenciadas, Multimorbidade, Saúde Planetária, Desafios Pós Pandemia de Covid-19, Saúde Mental, Saúde Rural, Saúde Sexual e LGBTQIAPN+, Saúde do Adolescente, Cuidados Paliativos, Abordagens Familiares, Gestão, Determinantes Sociais em Saúde e Procedimentos na Atenção Primária. A conferência também contou com apresentações culturais e artísticas.

Representante da FMRP

Cely apresentou três trabalhos científicos sob orientação do professor João Mazzoncini de Azevedo Marques, coordenador da residência em MFC no HCFMRP/USP. O principal foco das apresentações foi sua participação na programação da conferência debatendo sobre a atuação de MFC em zonas rurais e remotas do Brasil com foco no uso de habilidades de comunicação para o manejo clínico de populações negligenciadas.

“A utilização de habilidades de comunicação na prática clínica, principalmente para a assistência a populações marginalizadas, é essencial ao envolvimento do paciente, o qual chamamos de Pessoa, no plano terapêutico e para o entendimento das principais demandas em saúde com necessidade de resolução de forma prioritária. Porém, em um país como o Brasil, marcado pela diversidade cultural e por grandes vulnerabilidades sociais em diferentes territórios, uma educação médica apenas voltada ao ensino expositivo e unidirecional de conceitos destas habilidades é insuficiente para a formação do médico generalista”, explica Cely.

A discente também apresentou trabalhos científicos sobre a utilização do gerenciamento do cuidado com populações negligenciadas, usando instrumentos familiares da Medicina de Família e Comunidade e de uma nova ferramenta que avalia as necessidades em saúde dos pacientes, chamada INTERMED.

“O INTERMED entra como um instrumento inicial para o gerenciamento do cuidado pela MFC. Mas esse gerenciamento do cuidado não tem como foco os grupos de patologias como metas em saúde, ele é centrado na pessoa. A partir das demandas dos pacientes usamos conceitos como o método SIFE, instrumentos familiares, avaliação de funcionalidade e na criação do plano de conjunto que faça sentido ao indivíduo, respeitando seus aspectos culturais, regionais e a sua realidade social. Iniciamos a Entrevista Motivacional para a tentativa de uma resolutividade clínica e possibilitando o controle de comorbidades. Não tratamos apenas a doença, nós cuidamos da Pessoa com a doença em seu processo de adoecimento, considerando aspectos comunitários, espirituais, culturais e familiares”, destaca.

“É muito importante que a FMRP participe do Wonca. Atualmente, uma das coisas mais importantes na questão da assistência e dos cuidados de saúde no mundo é a relevância da Medicina de Família e Comunidade para a coordenação do cuidado, principalmente nos casos chamados complexos, que são os que possuem multimorbidade, e além disso enfrentar uma série de fatores biopsicossociais como desafios para o melhor cuidado de saúde. O MFC é o especialista que tem a capacitação necessária para enfrentar esse desafio, um dos mais importantes para a organização dos sistemas em saúde atuais”, ressalta o professor João Mazzoncini de Azevedo Marques.