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Foto de Documentação Científica

Laboratório de Estudos com Alucinógenos Psicodélicos em Saúde Mental da FMRP faz revisão sistemática sobre alucinógenos clássicos e a cetamina

A depressão é um assunto cada vez mais frequente na mídia, e, embora novas informações sejam constantemente levantadas sobre o assunto, muitos indivíduos com transtorno depressivo não respondem às medicações disponíveis no mercado. Quando dois ou mais medicamentos são testados e falham em melhorar os sintomas depressivos, é possível que o paciente tenha um caso de depressão resistente ao tratamento. Estudos clínicos com substâncias psicodélicas vêm identificando que compostos dessa classe, como a psilocibina e a ayahuasca, podem ser uma nova alternativa aos tratamentos tradicionais para depressão.

Uma revisão sistemática publicada por pesquisadores do Laboratório de Estudos com Alucinógenos Psicodélicos em Saúde Mental (LEAPS-FMRP), da Universidade de São Paulo (USP), em parceria com o Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia Translacional em Medicina (INCT-TM), avaliou a literatura buscando entender como os alucinógenos clássicos e a cetamina, um alucinógeno não clássico, afetam a expressão de marcadores biológicos alterados em indivíduos deprimidos. O estudo intitulado “The effects of ketamine and classic hallucinogens on neurotrophic and inflammatory markers in unipolar treatment-resistant depression: a systematic review of clinical trials” foi publicado pela revista internacional European Archives of Psychiatry and Clinical Neuroscience.

Os transtornos psiquiátricos não apresentam ainda marcadores biológicos claros. Isso quer dizer que, diferente do que podemos fazer com algumas doenças como diabetes e hipotireoidismo, não existem ainda exames laboratoriais eficazes em identificar alterações específicas de indivíduos deprimidos. Avaliando a literatura, os pesquisadores concluíram que os dados disponíveis não possibilitam conclusões sobre os efeitos dessas substâncias sobre os marcadores avaliados. Uma das conclusões sugere que mais estudos são necessários para reduzir a variabilidade dos dados e possibilitar a identificação de possíveis biomarcadores da atuação desses compostos.

Por: Laboratório de Estudos com Alucinógenos Psicodélicos em Saúde Mental (LEAPS-FMRP)